quarta-feira, 14 de agosto de 2019

Urhacy Faustino




Urhacy Faustino


Inventário de safras

I
 Ceifar o trigo;
ordenhar a vaca;
moer café.
 Beneficiar o pão;
manipular o leite;
extrair a essência.
 Preparar a mesa, da manhã.


 II
 Observar lua propícia,
plantar, na certa colher:
arroz, feijão, hortaliças e flores —
não esquecer: colibri precisa comer.
 Tratar bem galo e suas galinhas
para ter ovos e despertador.
 E rezas para agradecer farturas
no almoço e no jantar.


 III
 Noite,
piar de coruja, longe.
Um silêncio quase,
não fosse o ruminar dos animais.
 Pirilampo que se perdeu do pasto,
faz-se estrela única,
no teto do quarto escuro.


 IV
 Cão amigo,
para ladrar estranhos.
Gatos no telhado —
aquecedores de pés em noites de inverno.
 Livros, muitos deles,
espalhados nos cantos certos da casa.
 E uma avó, cheia de histórias,
na mesa de cabeceira,
para os dias de preguiça.


Brasileiro, nasceu e hoje vive em Cândido Mota, interior de SP. Viveu no RJ por 24 anos. Formado em teatro pela Uni-Rio. Tem onze livros editados: em poesia, Os Lírios negros (96), Nus anos 80 (88), Laços e embaraços – com Mário Matos (89), Só se for a 2 – com Leila Míccolis (90), Olhos rasgados (94); Estalos – com Leila (97), Sonhos e Confiscos (97), Gênese revisitada (99); em literatura infantil,  Bom dia sol, boa noite lua – com Sandra Mara Amaral (89) e O pulo do sapo – com Cláudia Pacce (91),  já em 7ª edição, Ed. Moderna. Em romance, Colibri deflora os chats — Sexo, Amizade e Amor pela Internet (97). Com Leila Míccolis edita Blocos – jornal cultural alternativo, em dois formatos: impresso e revista eletrônica. 
Com Mônica Banderas é autor e editor do Post Blog 
Mais no blog: urha.blogspot.com  Contato: urha@uol.com.br


Urhacy Faustino ??? (nome para fins de documento) 09/06/68. Natural de Cândido Mota/SP. Formado em Artes Cênicas – pela Uni-Rio. Escritor e pintor usa o pseudônimo de Urhacy Faustino (na verdade como se sente, como é, e não como o batizaram). Urha — para os íntimos muito íntimos, e são poucos — é como se identifica realmente.

De poucos amigos, porque não precisa de muitos, mas necessita de qualidade. Tem paixão por animais e pela natureza. É romântico potencializado. Prefere ficar em casa com uma boa companhia. Perambula entre o bom e o simples, entre o rural e o urbano. Não sai sozinho de casa nunca, é claustrofóbico. Desmaia quando sob pressão. Chora muito. Tem TDAH. É inconstante. Tempestivo. Mas de palavra e caráter fortemente definidos.

É devoto de Nossa Senhora da Aparecida, mas não é religioso. Tem uma forte ligação com o Mistério, como vê deus e com o entende. Sonha e fala com anjos. Vive com Leila Míccolis e Mônica Banderas no meio da mata atlântica em Maricá/RJ. Ama planaltos, porque tem as surpresas dos vales e das encostas, dos altos e baixos, como é a vida.

Odeia Mentiras e beterrabas, apenas. Beterrabas até as engole cruas, mas mentiras nem cruas, nem nuas. Porque apodrecem a alma. E a alma é incorruptível.

É insone à noite. Ama dormir pela manhã. Tem certo medo de sol e prefere os dias de chuva. Não vive sem Kouros. Dorme com o casal de shih tzu: Tamma, branca e preta e Sebastian, branco e dourado: grudes, paixões, inseparáveis. E se perde em livros. E se perde em filmes. E se perde em si mesmo.

É gêmeos com ascendente e lua em sagitário — dual, meio homem e meio animal. È regido por mercúrio, o planeta da velocidade e das altas temperaturas. Suas estrelas são Pollux e Castor (estrelas de 1,1 e 1,6 de magnitude). Seus verbos são: Eu sou, eu estou. Ama respostas secas: ((( ))) sim e ((( ))) não. Tentou entender o talvez, mas decididamente não gosta de advérbios. É egoísta, confuso, complexo, repleto de dúvidas, de incertezas, e sabe disso. Urha é divagação.

Nunca se arrepende de nada que faz, porque faz consciente do seu direito, do seu espaço, da sua função e é totalmente senhor de seu imenso querer, desejo e amor. É totalmente coração e se encontra apaixonado.



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