Urhacy Faustino
Inventário de safras
I
Ceifar o trigo;
ordenhar a vaca;
moer café.
Beneficiar o pão;
manipular o leite;
extrair a essência.
Preparar a mesa, da manhã.
II
Observar lua propícia,
plantar, na certa colher:
arroz, feijão, hortaliças e flores —
não esquecer: colibri precisa comer.
Tratar bem galo e suas galinhas
para ter ovos e despertador.
E rezas para agradecer farturas
no almoço e no jantar.
III
Noite,
piar de coruja, longe.
Um silêncio quase,
não fosse o ruminar dos animais.
Pirilampo que se perdeu do pasto,
faz-se estrela única,
no teto do quarto escuro.
IV
Cão amigo,
para ladrar estranhos.
Gatos no telhado —
aquecedores de pés em noites de inverno.
Livros, muitos deles,
espalhados nos cantos certos da casa.
E uma avó, cheia de histórias,
na mesa de cabeceira,
para os dias de preguiça.
Brasileiro,
nasceu e hoje vive em Cândido Mota, interior de SP. Viveu no RJ por 24 anos.
Formado em teatro pela Uni-Rio. Tem onze livros editados: em poesia, Os Lírios
negros (96), Nus anos 80 (88), Laços e embaraços – com Mário Matos (89), Só se
for a 2 – com Leila Míccolis (90), Olhos rasgados (94); Estalos – com Leila
(97), Sonhos e Confiscos (97), Gênese revisitada (99); em literatura
infantil, Bom dia sol, boa noite lua –
com Sandra Mara Amaral (89) e O pulo do sapo – com Cláudia Pacce (91), já em 7ª edição, Ed. Moderna. Em romance,
Colibri deflora os chats — Sexo, Amizade e Amor pela Internet (97). Com Leila
Míccolis edita Blocos – jornal cultural alternativo, em dois formatos: impresso
e revista eletrônica.
Com Mônica Banderas é autor e editor do Post Blog
Mais no blog: urha.blogspot.com Contato: urha@uol.com.br
Urhacy Faustino ??? (nome para fins de documento) 09/06/68.
Natural de Cândido Mota/SP. Formado em Artes Cênicas – pela Uni-Rio. Escritor e
pintor usa o pseudônimo de Urhacy Faustino (na verdade como se sente, como é, e
não como o batizaram). Urha — para os íntimos muito íntimos, e são poucos — é
como se identifica realmente.
De poucos amigos, porque não precisa de muitos, mas
necessita de qualidade. Tem paixão por animais e pela natureza. É romântico
potencializado. Prefere ficar em casa com uma boa companhia. Perambula entre o
bom e o simples, entre o rural e o urbano. Não sai sozinho de casa nunca, é
claustrofóbico. Desmaia quando sob pressão. Chora muito. Tem TDAH. É
inconstante. Tempestivo. Mas de palavra e caráter fortemente definidos.
É devoto de Nossa Senhora da Aparecida, mas não é religioso.
Tem uma forte ligação com o Mistério, como vê deus e com o entende. Sonha e
fala com anjos. Vive com Leila Míccolis e Mônica Banderas no meio da mata
atlântica em Maricá/RJ. Ama planaltos, porque tem as surpresas dos vales e das
encostas, dos altos e baixos, como é a vida.
Odeia Mentiras e beterrabas, apenas. Beterrabas até as
engole cruas, mas mentiras nem cruas, nem nuas. Porque apodrecem a alma. E a
alma é incorruptível.
É insone à noite. Ama dormir pela manhã. Tem certo medo de
sol e prefere os dias de chuva. Não vive sem Kouros. Dorme com o casal de shih
tzu: Tamma, branca e preta e Sebastian, branco e dourado: grudes, paixões,
inseparáveis. E se perde em livros. E se perde em filmes. E se perde em si
mesmo.
É gêmeos com ascendente e lua em sagitário — dual, meio
homem e meio animal. È regido por mercúrio, o planeta da velocidade e das altas
temperaturas. Suas estrelas são Pollux e Castor (estrelas de 1,1 e 1,6 de
magnitude). Seus verbos são: Eu sou, eu estou. Ama respostas secas: ((( ))) sim
e ((( ))) não. Tentou entender o talvez, mas decididamente não gosta de
advérbios. É egoísta, confuso, complexo, repleto de dúvidas, de incertezas, e
sabe disso. Urha é divagação.
Nunca se arrepende de nada que faz, porque faz consciente do
seu direito, do seu espaço, da sua função e é totalmente senhor de seu imenso
querer, desejo e amor. É totalmente coração e se encontra apaixonado.
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